Temos o péssimo hábito de considerar como oportunidades
perdidas as situações apresentadas pela vida onde, se tivéssemos nos comportado
de maneira diferente da qual de fato nos comportamos, haveria um resultado melhor
para nós mesmos e para nossas vidas.
Há, por trás disto, uma lastimável visão falsa do tempo –
como se o ‘hoje’ fosse desprovido de qualquer possibilidade de realização – que
esconde algo mais lastimável e mais falso ainda: o profundo descontentamento
atual, o profundo sentimento de frustração por acreditar que não fomos capazes
de realizar nada, não fomos capazes de conquistar nada (nem uma casa própria,
nem a estabilidade financeira, nem estabilidade nos relacionamentos e muito
menos um estado de segurança definitiva ausente, também, naqueles que
conquistaram casa própria e estabilidade financeira).
Quando se tira proveito de oportunidades sem estar
devidamente amadurecido, como geralmente acontece, ficam implantados conflitos
que resultam, invariavelmente, em luta e violência. Assim, temos que lutar para
preservar o emprego; ou, quando autônomos, temos que lutar para manter uma posição
alcançada.
O conceito social de oportunidades envolve, somente, as chances
de alguém executar determinadas tarefas que, quanto mais ocupam seu tempo e
quanto mais bem remuneradas, consideram-nas ótimas... ótimas oportunidades.
Algo, talvez, esquecido por esta visão condicionada é a
absoluta inconsistência em qualquer atividade externa pela permanência de um estado
de realização.
Quem vive em função do mais compenetrado respeito à quietude interior obtém nutrientes em todas as seivas... mesmo em
cactos espinhosos.
O ponto essencial está em: existe alguma atividade dita
profissional que possa ser exercida sem ferir o princípio básico da quietude
interior?
LibaN RaaCh
"O perigo da
vertigem vem da ilusão de que essa sublime posição
seja obra do seu ego
personal, vem do erro fatal
de que a pessoa
humana tenha creado essa glória
no alto do
candelabro ou no cume do monte".
Huberto Rohden