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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

2 de janeiro de 2012

Atestado de bons antecedentes


Estar em condições de testemunhar, nos outros, ao jogo de atitudes objetivando uma reação nossa pré-estabelecida é doloroso porque evidencia o desespero e a profunda dependência do outro por uma reação dentro de medidas adequadas.

Ao não corresponder à adequação esperada, a vontade pessoal não realizada leva à frustração, ao sentimento de derrota que produz agressividade visando o impossível: adequar o outro às vontades pessoais.

Há a crença de que esta é a atitude mais indicada para a obtenção de resultados rápidos. Entretanto, este modelo de relacionamento tem demonstrado eficácia apenas em estruturas militares e despóticas. Mesmo assim, uma eficácia duvidosa por se aplicar, tão somente, a contingências de guerra declarada.

Ainda predomina na sociedade ocidental a cultura da competitividade (a meu ver, uma guerra velada que dilacera, de forma sub-reptícia, a inata inclinação assistencial humana: o mais forte prestando assistência ao mais fraco, ao invés de querer exterminá-lo, como quer exterminar a todos que demonstram força de combate).

É doloroso testificar que os bons antecedentes culturais estão profundamente arraigados nos que são eleitos ‘cidadãos exemplares’ por aqueles que alimentam interesses velados.

Mais doloroso ainda é testemunhar, em mim, o mesmo fundamento combativo do que está sendo aqui exposto e criticado como pertencente ao fulcro cultural formador da civilização.

Com que direito posso eu me arvorar pacificador se, na exposição destas atitudes, há o tom combativo?

A única maneira de me apaziguar, ou apaziguar quem tem sede de combate, quem tem sede de competir; de apaziguar quem está inserido – até a sua última gota de sangue – em contexto onde só existem vencedores ou perdedores; é mostrar-me perdedor, sendo vencedor!

Convencido da derrota e buscando vitória, estaremos continuamente enredando esforços em trincheiras intermináveis. Sempre em busca de qualquer pessoa, ou doutrina, ou cargo, ou título, que possa acenar com a menor possibilidade de reforço.

Até esgotarmos todas as possibilidades e atestarmos, soterrados nas trincheiras do ego, tomados por patologias físicas e psíquicas, a imprevidência de tantos esforços de guerra ou armistícios.

LibaN RaaCh




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