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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

2 de janeiro de 2012

Morrer para o eu ordinário e para o mundo ordinário

A civilização é uma forma de doença
que as sociedades humanas atravessam.
De todos os fatos indisputáveis da ciência, não conheço nenhum mais sólido e fundamental que o fato de que, se se inibe o pensamento (e se persevera), chega-se, por fim, a uma região da consciência abaixo do pensamento ou oculta sob ele, e diferente do pensamento comum quanto à sua natureza e ao seu caráter — uma consciência de qualidade quase universal e uma compreensão de um eu muito mais abrangente do que com aquele com o qual estamos acostumados. E visto que a consciência ordinária, com a qual nos ocupamos com na vida ordinária, está diante de todas as coisas que têm como base o pequeno eu local e é, de fato, autoconsciente no pequeno sentido local, segue-se que sair disso significa morrer para o eu ordinário e para o mundo ordinário

Significa morrer num sentido ordinário mas, num outro sentido, significa despertar e descobrir que o "eu", nosso eu mais íntimo e real, permeia o universo e todos os outros seres — que as montanhas e o mar e as estrelas são uma parte de nosso corpo e que nossa alma está em contato com as almas das criaturas. (...)

Esta experiência é de tal modo notável e esplêndida que se pode afirmar que todas as questões e dúvidas secundárias desaparecem diante dela; e não há dúvida de que, em milhares e milhares de casos, o fato de um homem tê-la experimentado, mesmo que seja uma única vez, revolucionou completamente sua vida subsequente e sua concepção de mundo.

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