Uma estória... talvez lendária, talvez real...:
No caminho pelo qual Jesus Cristo passou arrastando a
pesada cruz havia o estabelecimento de um sapateiro judeu. Na frente da loja
deste sapateiro, Jesus tombou. Neste momento, o sapateiro judeu O repreendeu
dizendo-Lhe para que seguisse andando rápido dali. No que Jesus Cristo retrucou
dizendo ao sapateiro que ele, o judeu sapateiro, haveria de andar por este
mundo, haveria de caminhar por esta Terra, até que Ele, O Cristo, voltasse
novamente.
Assim surge a fábula “O Judeu Errante”.
Menos importância tem a veracidade dos fatos acima do que
a formação, na mente da humanidade, de uma figura fadada a caminhar, sem
descanso, pela vastidão do mundo até a segunda vinda Daquele que foi uma das encarnações da Consciência Cósmica na Terra.
Este “mito” tem correspondência em cada um dos
buscadores da verdadeira senda espiritual. Com cada um que busca comungar na
Irmandade entre toda espécie viva. Com aquele que busca uma experiência direta
com a Divindade, com a Consciência Cósmica; com aquele que tem esta necessidade
visceral, que nada do que pertença ao mundo consegue contentar – apesar dos
eflúvios Divinos existirem no mundo sem, no entanto, pertencerem ao mundo –
este buscador é um errante. Podemos afirmar que a tendência mundial é pelo
aumento considerável na quantidade de errantes sinceros e com discernimento
suficiente para não se deixarem enredar por promessas vãs.
Recuso-me a acreditar na penalidade com prazo
indeterminado para seu fim, como se poderia inferir no mito de “O Judeu Errante”.
A punição imposta é um dos mais covardes recursos tidos com o fito educativo
que, em verdade, ocultam a fragilidade de uma impotência absoluta naquele que
pune, ou naquele que deseja punir.
A apreensão – por meio de momentos silentes – de realidades
incorpóreas benfazejas, de irradiações policromáticas, faz-me soltar chispas
irritadiças em quem interfere neste influxo. Isto me faz ver o quanto estou inapto
a uma vivência continuada destas realidades. O quanto ainda me sinto melindrado
por contingências ou pessoas inconscientes deste processo.
Até que venha a erradicação de todos os meus melindres, a
fábula de “O Judeu Errante” será um fato real e verídico em meu caminhar
incessante...
LibaN RaaCh