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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

31 de dezembro de 2011

Os Sete Dons do Espírito

“Os escritores místicos nos falam de certas qualidades que são tradicionalmente chamadas de – os sete dons do Espírito -; se estudarmos a natureza especial destes dons veremos que são nomes de marcas ou poderes interligados que trabalham unidos pela edificação e esclarecimento da personalidade toda – como a edificação da natureza humana à novos níveis, uma sublimação do seus instintos primitivos. O primeiro par destas qualidades que devem marcar nossa humanidade espiritual são chamados de Santidade e Temor. Por elas significamos o solene instinto de relação direta com uma ordem eterna, aquela seriedade e encanto que devemos sentir na presença dos mistérios do universo; o temor do Senhor que é o princípio da sabedoria. Destes, crescem os dons chamados Conhecimento, o poder de discernir os verdadeiros dos falsos valores, de escolher um bom caminho pelo mundo confuso e a Força, o forte controle central das diversas energias do ser: este talvez, o dom mais necessário de nossa distraída geração. – Pelo dom da força espiritual, - diz Ruysbroeck, o ser humano transcende todas as coisas de sua condição como criatura, além de possuir-se a si próprio, poderoso e livre. - Este certamente é um poder que devemos desejar para as crianças do futuro e a elas devemos alcançá-lo, se nos for possível.

Vemos que os primeiros quatro dons do Espírito governam o ajuste do ser humano em sua vida terrena: eles incrementam muitíssimo o valor da personalidade na ordem social, esclarecendo a mente e juízo, conferindo nobreza aos objetivos. Os últimos três dons – chamados como Conselho, Inteligência e Sabedoria – governam o relacionamento com a ordem espiritual. Por Conselho, os escritores místicos significam aquela voz interior que, na medida em que a alma amadurece, urge conosco a deixar o transitório e procurar pelo eterno; isto, não como ato de dever, mas como ação de amor. Quando esta voz é obedecida, o resultado será uma Inteligência espiritual; a qual, como diz Ruysbroeck novamente, pode – “ser semelhante ao nascer do sol, que enche o ar com seu brilho claro, iluminando todas as formas, mostrando a distinção de todas as cores”. Este dom espiritual assim, irradia o mundo todo com um novo esplendor e nos mostra segredos sobre os quais jamais antes cogitamos. Dele, os poetas conhecem vislumbres e dele procede seu poder; é que ele capacita os seus possuidores a viver verdadeiramente, a partir a perspectiva de Deus e não da perspectiva humana.”

Evelyn Underhill - Antologia do Amor de Deus
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