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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

31 de dezembro de 2011

Um novo modo de autoconhecimento


Esse modo de autoconhecimento pode ocorrer de maneira dramática, como se deu com São Paulo na estrada de Damasco, ou pode manifestar-se sem nenhum sinal exterior visível do drama interior. A experiência resultante, contudo, tem-se revelado semelhante por todo o mundo e através da história. Por intermédio de seus próprios testemunhos, os "iluminados" — indivíduos que vivenciaram o estado supremo de consciência — sentiram uma sensação de profunda paz em relação aos outros e de harmonia com o mundo. Eles compreendem que o Universo, tal como Dante descreveu no final de A Divina Comédia, está se movendo segundo a força do Amor. Eles percebem um plano cósmico, uma ordem moral, em relação ao caos e ao acaso aparentes do gás estelar e da poeira intergaláctica. Eles veem, com Hamlet, "uma divindade que molda nossos propósitos". Tal é o "deus" (ou Buda, Tao, Brahma) de incontáveis religiões e filosofias. Em todos os caos, a percepção auto-envolvente de que "eu" e o "outro" estamos unidos cria homens novos ou renascidos. Ela transforma a noção desolada e desesperançada da vida em uma noção na qual todas as coisas ganham um sentido deleitável. Ela transforma a configuração absurda da existência em uma visão de mundo que dá lugar à exuberância inevitavelmente esperançosa, uma vez que o sujeito descobre o desígnio fundamental onde, anteriormente, havia apenas percepções e experiências desconexas e confusas. 

No mesmo grau de importância do autotestemunho encontram-se as observações de outros indivíduos acerca dos iluminados. Quase sem exceção, têm sido considerados santos, visionários e profetas: Jesus, Buda, Lao Tsé, Jacob Boehme, Ramakrishna, Walt Whitman, Aldous Huxley. Socialmente venerados, revelaram uma coragem, uma amabilidade, uma compaixão, uma integridade e uma santidade excepcionais. Embora tenham conservado as características do ser humano, foi-lhes reservado um lugar particularmente distinto e tornaram-se identificáveis através de uma aura — às vezes literalmente visível sob a forma de uma luz intensa — que exerce uma poderosa influência sobre os outros homens. Além disso, nunca deixaram de recomendar aos demais seres humanos que se preparassem, através da oração, das boas ações, do estudo e da meditação, para receberem a benção suprema da vida. Trata-se de uma benção que não pode ser imposta ou prevista; quando ocorre, ela é sempre uma surpresa. Apesar disso, sustentam que ela deve ser buscada, segundo as palavras do mandamento de Jesus: "Com todo o teu coração e com toda a tua alma e com toda a tua força e com toda a tua mente".

John White - O mais elevado estado da consciência

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