Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

5 de dezembro de 2011

Nada novo no front da insatisfação com as teorizações - IV


Para a elaboração de teorias, não há fim. Teorias são moldes nos quais a mente humana tem de conformar-se, e, onde houver conformidade, não haverá inteligência. As teorias são isentas de valor para um homem que vive, embora sejam excelentes para um homem morto.
Krishnamurti - Coletânea de Palestras, 1931

Conhecer a si mesmo é sabedoria. Podeis ignorar todos os livros do mundo (e espero que sim), podeis ignorar as mais modernas teorias, mas isso não é ignorância. Não nos conhecermos profundamente, fundamentalmente, é ignorância; e não podeis conhecer-vos se não sois capazes de olhar-vos, de vos verdes exatamente como sois, sem nenhuma deformação, sem nenhum desejo de mudar nada. Então, o que vedes se transforma, porque a distância entre o observador e a coisa observada desapareceu e, por conseguinte, não há conflito.
Krishnamurti - Onde está a bem-aventuraça - Ed. ICK

Teorias e crenças não alteram a nossa vida; o homem sempre as teve, através de milhares de anos, e não mudou; deram-lhe elas, talvez, um polimento superficial; tornaram-no talvez menos selvagem, mas o homem continua brutal, violento, caprichoso, incapaz e manter seriedade. Vivemos uma vida em que há muito sofrimento, do nascimento à morte. Eis um fato; não há quantidade de teorias e especulações que possam alterá-lo. O que realmente altera "o que é" é a capacidade, a energia, a intensidade, a paixão com que o olhamos. E não poderemos ter essa paixão e intensidade se nossa mente está a correr atrás de alguma ilusão, de alguma ideologia especulativa.
Autor: Krishnamurti - Fora da Violência - Ed. Cultrix

Todos nós estamos colhidos nas malhas do sofrimento e do conflito, mas a maioria dos indivíduos não está consciente desse conflito porque vive a procurar substituições, soluções e refúgios. Se, entretanto, deixarem de procurar refúgio e começarem a interrogar o ambiente, que é a causa do conflito, tornar-se-á, então, a mente penetrante, ativa, inteligente. Nessa intensidade a mente se torna inteligente e capaz, portanto, de discernir o exato valor e significado do ambiente, causador do conflito... se estiverdes em conflito, é claro que deveis interrogar o ambiente, mas a mente da maioria já de tal modo se desvirtuou que não percebe que está à cata de soluções e meios de fuga, com maravilhosas teorias. É perfeito o seu raciocinar, porém, baseado, embora inconsciente, no desejo de fuga... Se há, pois, conflito e desejais descobrir-lhe a causa, deixai que a mente descubra pela intensidade do pensamento e, interrogando tudo o que o ambiente põe em torno de vós – vossa família, vossos semelhantes, vossas religiões, vossas autoridades políticas; no interrogar haverá ação contra o ambiente. Tendes a família, o semelhante, o Estado, e, interrogando o significado dessas coisas, vereis como é espontânea a inteligência, que ela não é coisa que se adquire ou cultive. Lançada a semente do percebimento, nasce a flor da inteligência.
Krishnamurti – Ojai, Califórnia - 1934 - Do livro: A Luta do Homem
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