Cena na porta de um hospital:
Um jovem casal de mãos dadas a uma criança, uma menininha
de uns três anos de idade – em roda – dançavam na entrada externa de um
Hospital, obedecendo à regência da menininha. Agachavam-se em determinados momentos.
Eu, à distância, não pude deixar de apreciar aquela cena,
atraído pela atmosfera de inocência que os envolvia. Mesmo sem ouvir o que
cantavam, pois cantavam baixinho, talvez para não incomodar a pressa dos transeuntes
e, também, porque o barulho dos carros encobria qualquer som.
Creio que cantavam alguma versão reduzida de “ciranda-cirandinha”,
pois se agachavam após menor número de voltas.
Aquilo me lembrou de uma passagem na vida de Ramana Maharshi, contada por um amigo, onde uma mãe, desenganada pelos médicos (ou
deveria dizer ‘enganada’?), levou um filho até ele, um filho que tinha uma
doença incurável.
Ao aproximar a criança para junto de Ramana Maharshi,
este ficou a brincar com ela... ficou simplesmente a brincar com ela... a brincar
e nada mais. Quando Sri Ramana devolveu a criança à sua mãe, nada além da
Essência Pura estava presente, da Essência que não se deixa macular por quaisquer
disposições hostis. A mãe, após exames médicos, comprovou a cura.
Imenso valor imerso se pode aferir disto:
Diante do rigor de nossas posturas severas,
temos relegado à segundo plano a maestria de composições esmeras...
Composições feito ingênuas cantigas de roda, esguichando
suavidade aos borbotões!
LibaN RaaCh