Pudera ser capaz de infundir, em todos os seres vivos, ao
menos nos mais próximos, ainda que por apenas um milionésimo de segundo, a flâmula
do Eterno que gorjeia em segredo, feito o canto do Uirapuru. Neste milionésimo de segundo seria implantada a semente...
a semente que modificaria os dias vindouros para sempre!
Entretanto, nem aos prediletos o Supremo dotou com tal
capacidade. O que os diferenciava era a habilidade em tornar os indivíduos
sobre os quais focavam sua atenção plena, sencientes (cientes, de um só golpe,
com todos os cinco sentidos físicos) repito, sencientes desta flâmula do
Eterno.
Muitos que tiveram oportunidade de estarem próximos a
eles, mesmo assim, guardavam distância de si para si mesmos. Próximos a eles,
os prediletos, os convencionalmente chamados de prediletos por suas corajosas
escolhas em prosseguirem, por toda uma vida encarnada, obedecendo – unicamente –
à “voz interior”. Assim aconteceu a Gandhi, a Sidarta Gautama, a Nasrudin, a Jiddu Krishnamurti, a Joel
Goldsmith, a Huberto Rohden, a Jacob Boheme, a Eliphas Levi, a Sri Ramana
Maharshi, a Rumi, e ‘dezenas’ de outros não conhecidos por optarem pelo mais insignificante
anonimato – não me arrisco a dizer ‘centenas’, pois creio que se houvesse um
cento deles... um cento apenas... um mísero cento, desprezível em meio a sete
bilhões... vivendo num mesmo tempo, seria suficiente à elevação generalizada das faculdades humanas a
outro patamar, ao predomínio inexorável da misericórdia e da compaixão!
Em analogia à física elementar, no referente ao fenômeno
corpuscular ondulatório da luz, uma onda obtém intensificação ao encontrar
outra onda na mesma direção e sentido.
Qual a direção e o sentido nós estamos tomando em nossas
vidas...?
LibaN RaaCh