Quanto mais responsabilidade financeira assume o homem, mais ele precisa abrir mão de sua naturalidade e da ociosidade. Sem ociosidade, sem a vivência da passividade dinâmica, como pode ele, ver algo diferente ou ver o falso do meio em que se encontra inserido? Como poderá ver algo de original, como poderá ser uma fiel expressão da criatividade? Como poderá deixar de ser uma cópia, ainda que levemente modificada? E, sem ser uma fiel expressão da Fonte de inesgotável criatividade, como poderá ele, superar seus mais profundos medos e, pela superação dos mesmos, ser livre para, pela primeira vez em sua vida adulta, com entusiasmo celebrar a vida? Quando um homem não celebra a vida com entusiasmo mas, a empurra por causa dos deveres e responsabilidades, o que mais pode ele vivenciar além de rotina, tédio, insatisfação e constante fluxo de ansiedade? Como pode o homem, quando não se encontra em harmonia com o natural fluxo da Vida, ser livre do silencioso e disfarçado estado de tensão, oriundo de seus inconscientes medos? Como poderá superar o herdado vício de estar em constante atividade? E, sem se permitir salutares momentos de repouso, como pode o conhecimento do Ser, a presença do Ser, a calorosa chama do Ser, em seu coração, fazer pouso?