A pior das idolatrias é a egolatria.
É relativamente fácil convencer do seu erro um fetichista, ou adorador de um deus de madeira, de barro, de pedra, de metal — mas é imensamente difícil converter de sua idolatria o adorador do eu, porque esse eu é o mais querido que ele conhece — e ninguém renuncia a um bem inferior enquanto não descobrir um bem superior.
Para o ególatra, o ego é o mais alto dos bens que ele conhece — e como o poderia sacrificar enquanto não vir um bem superior a esse ego?
No momento, porém, em que o ególatra descobre o Ser, abre mão do culto ao eu, porque achou um super-EU...
Humberto Rohden