Busque um estado de observação consciente que desconfia, adverte, deixa de lado e segue além dos velhos padrões comportamentais de pensamentos, sentimentos e reação; que não se identifica com a mecânica trama de busca de distração, produtora de inconfessáveis anseios e medos, a qual é fonte de inesgotável conflito, com sua consequente perda de energia vital. Busque um estado de observação consciente capaz de trazer a libertação de toda forma de apego, que liberte da ilusória e somática identificação corporal; um estado de observação, cujo foco encontra-se no Ser, no Sopro que nos habita e pelo qual, somos. Busque esse estado de observação consciente que nos liberta da escravidão causada pelo indevido foco nas ocorrências externas, em efêmeras e transitórias buscas egocêntricas que não resistem à ação do tempo e espaço. Busque um estado de observação consciente que não se apega aos limites impostos pelos nomes, palavras e formas; que não está restringido pelos conceitos, idéias, aparências, ocupações contraditórias, a transitoriedade dos desejos, as expectativas e sensações e que, não dá realidade, ao fluxo das constantes imagens, auto-induzidas, que surgem na tela da mente condicionada. Busque um estado de observação consciente que aponte para a percepção direta de que a única realidade, que não é limitada pela ação do tempo, portanto, não transitória, é o Ser no qual somos; realidade esta que, em última análise, é o único estado capaz de lhe brindar com segurança real, fluidez, frescor, felicidade e liberdade de idéias, ações e ilusórios desejos. Só então, o buscador e a busca, cessam de existir. Observe e absorva, isso, por si mesmo.