Perguntamos certo dia ao Maharishi se não seria possível a humanidade viver toda junta, apesar de haver tantas fragmentações religiosas. Fala-se tanto num mundo só e no dia seguinte uma nação invade outra. Esta religião não concorda com a outra... como ligar toda esta diferença?
O Bhagavam graciosamente respondeu naquele seu tom tilitante:
"Todas as religiões impostas escravizam o homem a uma personalidade, a uma crença, livro ou localidade. Aquilo que chamamos de Religião Hindu vos dá liberdade completa para seguir vossa alma desperta. O despertamento interno é o olho que encontra o caminho do Ser para a Bem-Aventurança. Existe só uma Religião, um Dharma e uma Yoga para todos. É o EU consciente no coração. O coração é o Ser; o coração é o centro do EU. A religião do coração é a Realidade única para toda a humanidade. Para qualquer religião que pertençamos o coração o coração é uno e o EU é uno. "Eu sou coração". O coração é a Pura Consciência. É a verdade ultérrima oniabarcante. A mente concreta confunde o corpo com o EU e abre mão do senso do Eu. O Ser é o Supremo Eu Sou, o Real Habitante da Cova do coração.
Quando a mente habita no Coração o mundo denso e pesado desaparece. O mundo nada mais é do que a mente. Seus nomes, formas, formalidades, castas, crenças e religiosidades são concepções mentais. O Sábio iluminado percebe a mente perdida na luz do coração. Um homem adiantado pratica sabedoria intuitiva da consciência Pura como o Coração. Deus nada mais é do que o Coração. Os Sábios conhecem a sua existência incorpórea impessoal assim como o profano conhece a existência corpórea ou pessoal. Tal Sábio está além do espaço, tempo e causalidade. Pouco se importa, portanto, com personalidades, cultos e religiões fanáticas e personalismo. O Hinduísmo, que é que é Sanatana Dharmaí é uma Experiência impessoal ou absoluta que, por meio de "Atma Vichara" - conduz à realização do EU SOU ATMA OU "EU". O Ser é Deus. "Eu Sou" é Deus. Conhecer o EU-SER é ver a Deus.
(Traduzido do "The Call Divine", n° 5, janeiro de 1965)