Para atingir o desconhecido não podemos partir do conhecido. Temos de esvaziar a mente do seu conteúdo histórico.
A eternidade concretiza-se no silêncio que não é procurado.
Se o buscares não o encontrarás, se implorares não o acharás. Ele é liberdade absoluta que se manifesta no não condicionamento, na ampla abertura de espírito daquele que apenas é e nada procura ou quer vir a ser. Jorra gratuita, espontânea e esporadicamente nos pobres em espírito e não nas mentes torturadas dos filósofos, dos intelectuais e dos que por métodos mais ou menos expeditos se esforçam por o encontrar.
Não está em particular na igreja, na montanha, nos livros sagrados. Está onde nós não estamos, existe quando não existimos, não tem continuidade, não pertence ao espaço ou ao tempo, é existência pura, incomensurável e intemporal.
Absoluto é o que está para além de todos os limites. O Absoluto prescinde do limitado e só o atingiremos quando nos libertarmos das teias do espaço-tempo, o que apenas se torna possível com a cessação do pensamento e consequente aniquilação do “eu”.
José Maria Alvez