Flua com a vida
Flua com a vida. Para onde quer que o fluxo da sua vida flua, onde quer que você sinta alegria e felicidade, vá fluindo nessa direção. A felicidade é o critério.
O rio Ganges flui em direção ao leste, o rio Narmada flui em direção ao oeste. Se por acaso acontecesse de eles se encontrarem no meio do caminho seria um grande problema, porque o Ganges diria, "eu estou indo para o oceano", e o Narmada também diria: "eu estou indo para o oceano."
Você vai dizer que um deles deve estar errado. Ambos podem estar errados, mas como ambos podem estar certos? Criaria uma grande discussão. E não há maneira de resolver essa discussão em pé no meio de um cruzamento na estrada. A pessoa tem que ir para o oceano para ver.
Mas se você for você saberá que o Ganges, que corre para o leste, atinge o oceano, e o Narmada, que flui para o oeste, também atinge o oceano. O oceano é um - como o oceano pode ser do leste ou do oeste? Você pode dar-lhe nomes diferentes, você pode chamá-lo de Mar da Arábia ou de Baía de Bengala, mas não faz qualquer diferença, o oceano é um e todos os rios chegam a ele.
Em qualquer caminho que você sinta o fluxo, onde quer que você sinta a alegria, onde quer que a poesia pareça surgir em sua vida, onde quer que você possa ir cantando, onde quer que você possa ir dançando, é o seu caminho. Então, não dê ouvidos a ninguém.
O Ganges de alguém pode estar indo para o leste. Diga-lhe: "Desejo a você o melhor, vá, mas meu Narmada está indo para o oeste e estou feliz. E eu encontrei minha direção para fluir, eu encontrei meu caminho. Porque eu sou feliz em cada passo, posso supor que no final haverá a bênção final."
Esse critério é verdadeiro em cada e em todos os passos do seu caminho. Sempre que há tensão, desconforto, sofrimento, dor, fique alerta. A música da vida não está fluindo? Então talvez você pode estar indo na direção errada, de alguma forma você deve estar indo contra a sua própria natureza.
No Bhagavad Gita, Krishna diz: "É melhor até morrer por sua própria natureza, mas seguir a natureza de alguém é destrutivo". Você pode se envolver com a natureza de outra pessoa - a natureza própria de alguém lhe atrai e cria uma ganância em você.
Vendo o Ganges indo para o leste, se o Narmada também tivesse o desejo de ir para o leste então ele iria sofrer. Ele ficaria em apuros e não seria capaz de chegar ao oceano.
Todo mundo tem sua própria maneira de fluir. Mantenha sempre sua visão em seu próprio critério interno. Sua harmonia interna irá sempre mostrar o caminho certo.
E quando você se torna muito influenciado pelo critério interno de outra pessoa, então você se torna confuso. Quando você começar a imitar alguém, você vai se extraviar, você vai se desviar de sua alma.
Enquanto você continuar seguindo sua própria harmonia interna, enquanto você seguir o seu próprio coração e ouvir a sua própria voz interior, então você nunca pode se extraviar.
E então você também vai saber que seu caminho não precisa ser necessariamente o caminho de outro alguém. Então você vai abandonar a necessidade de julgar o caminho do outro.
Então você vai notar muito isso - que, se o Ganges vai dançando, então ele deve estar indo em direção ao oceano. Seu oceano pode estar no leste, meu oceano está no oeste, mas eu também vou dançando e o Ganges também vai dançando, por isso ambos devemos estar indo para o oceano.
Porque, a menos que um rio vá para o oceano, ele não pode dançar. É o oceano se aproximando que se torna uma dança em seus pés.
É Deus se aproximando que se torna a felicidade interior. Felicidade é o critério.
Osho, em "Showering without Clouds"
Publicado no blog palavras de Osho