Acho profundamente decadente a postura de certos "realizados e iluminados de plantão" de insistirem através de uma postura repleta de arrogância espiritual e de soberba catequista, criticar a caminhada espiritual daqueles que não se encontram "na altura espiritual" em que eles dizem se encontrar, pela qual se auto-denominam como seres realizados, livres de qualquer dúvida, por serem eles, os portadores da Verdade. Esquecem-se eles, do longo e pedregoso caminho que percorreram, da enorme e não confessada quantidade de livros que leram, das instituições — nacionais e internacionais — pelas quais passaram, dos "mestres" que plagiaram, das dolorosas cabeçadas que deram e da publicidade — escrita, verbal e on-line — que fizeram das palavras destes mestres que aos poucos foram limpando suas embotadas mentes. Se atrevem a chamar de "estúpidos" aqueles que não compactuam do mesmo momento que eles vivenciam e por fazerem aquilo que um dia eles também o fizeram, e não percebem, que ao fazerem isso, estão sendo sectaristas, dogmáticos, profundamente preconceituosos e, não raro, através da grosseria de suas palavras, depondo contra aquilo que acreditam viver. Estupidez, arrogância e soberba, nada tem a ver com amor, felicidade e liberdade. Tamanha estupidez, arrogância e soberba só podem ser resultante de uma mente presa num profundo auto-engano, causado pela imitação barata de um acumulo de conteúdo livresco e institucional.
Creio que alguém realmente "realizado" teria no mínimo, um olhar de compaixão por aqueles que ainda necessitam, como eles em seus passados, fazer uso das muletas psicológicas emprestadas por outros homens e mulheres que tiveram a dignidade de fazer algo para que o irmãozinho que ainda sofre, não ficasse prostrado em alguma sarjeta.
Aqueles que fazem uso de tamanha arrogância espiritual e da soberba catequista, com todo respeito, perdem uma grande oportunidade de se manterem calados e quem sabe, através do silêncio, perceberem o tamanho de seu monstruoso e contagioso auto-engano... Se ao menos se dessem ao trabalho de meditar sobre a soberba verborréia de seus próprios textos e falas, quem sabe, ao invés de se proclamarem como sendo "o caminho, a verdade e a vida" da Nova Era de Aquário, aprenderiam pelo menos, o RESPEITO AO COMPASSO DO PRÓXIMO.
A C O R D E M! Quem sabe, ainda sobre tempo para aprenderem e desfrutarem da beleza de se caminhar lado a lado, livres das pesadas correntes criadas pela autoridade espiritual