No vão desse instante, nesse micro segundo, onde você se encontra? É um vislumbre que basta. Trago um desafio: viva de acordo com este vislumbre. Quantas vezes você opta pelos pensamentos na sua mente e não pelo vão desse momento, que não apresenta pensamento nenhum?
Dê-se conta de que entrar no tempo é sofrimento. Você entra no tempo, como um personagem, como uma entidade, que sofre impressões. E se você é um evento no tempo, necessariamente você é o fluxo decorrente de um passado imaginado. Mas não há nenhuma garantia de que o passado do qual você lembra, é o que ocorreu. Apegar-se a essa ideia serve apenas ao propósito da mente de permanecer intacta.
Veja que agora não tem problema e opte por permanecer no agora, o agora resolve todos os problemas. Essa realização é tão simples que a mente renega. Mas não se engane: sua mente nunca vai ficar aqui e agora, porque a mente precisa de tempo para existir. Aquilo que você é já repousa aqui e agora, desde sempre, antes de Abraão e depois de Abraão. Desde sempre esteve totalmente revelado e a maioria das pessoas passa longe, muito longe, e nem se aproxima da verdade.
Aqui e agora, se você não usar a memória, veja que o gênero desaparece, a classe social desaparece, a idade desaparece. Esse é um vão tão sutil que a maioria das mentes está programada a não ver.
Se você vê e começa a aproveitar do abismo, no momento em que você entrar, você se dá conta: o que é que está faltando? Abisme-se no agora, esse é o convite. O mundo lhe chama para o tempo, mas você bate o pé e fica no agora. Iluminação é ser aqui e agora, e ser aqui é a sua natureza.
Satyaprem