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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

11 de março de 2012

Quarta-feira de cinzas

Arte: Sinfronio
Como pode o ser humano ver algo profundamente real, profundamente verdadeiro, se insiste e persiste na insana atitude de ver a vida através das escuras e espessas lentes de seus condicionamentos e tendências? Como pode ele ver a beleza natural da vida, com agilidade, leveza e em seu ritmo natural se insiste em se arrastar pelas passarelas da vida, — escondendo de si e de todos —, por detrás de suas pesadas e descartáveis máscaras, fantasias e posses alegóricas a sua real natureza? Enquanto não acontece a aurora da quarta-feira de cinzas de seu eufórico carnavalesco ego, enquanto não chega seu meio-dia — esse precioso e rápido momento em que não existe ação da sombra — não há como ter início a retomada da Realidade do Ser, retomada esta que liberta o ser humano da disritmia do milenar samba enredo do "carna vale", que é a representação máxima do vale de sombras de uma existência ritmada pelos cacoetes da ilusória identificação na expressão corpo-mente. Enquanto ele não vive a luz da quarta-feira de cinzas de seu ilusório ego, não tem como sua vida ser algo diferente do que  o desgastante, eufórico e cotidiano samba de suor, lágrimas e confusão que nada tem da autêntica felicidade, liberdade e realidade. 

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