Gênero: Documentário
Diretor: Carl Hindmarch
Elenco: Variado
Duração: 50 minutos cada episódio
Ano de Lançamento: 2006
País de Origem: Inglaterra
Idioma do Áudio: Inglês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0887235/
O poder da grande arte é o poder de nos levar à revelação e nos resgatar do nosso modo padrão de ver as coisas. Depois do encontro com tal força, não olhamos um rosto, uma cor, um céu, ou um corpo do mesmo modo novamente. Somos ajustados ao novo olhar: uma idéia. Visões da beleza ou um estremecer de prazer são parte deste processo que também pode ser chocante, doloroso, desejável, piedoso e até repulsivo. Esse tipo de arte parece revolver nossos sentidos. Entendemos o mundo de modo diferente.
Uma arte que aponte tão para o alto - seja pelas mãos de Caravaggio, Van Gogh ou Picasso - não é feita sem problemas ou conflitos. É claro que existem muitas obras de arte criadas com serenidade, mas a idéia popular de que algumas obras de arte foram feitas sob stress agudo com o artista lutanto pela integridade da sua concepção e da sua realização não é um mito romântico mesmo. Um olhar de relance sobre como alguns dos trabalhos mais transformadores foram feitos pelas mãos humanas é um encontro com momentos de comoção.
É a estes momentos de grande risco que O Poder da Arte nos leva. Ao invés de tentar reproduzir a irreproduzível sensação que experimentamos quando contemplamos estes trabalhos na agitação de uma galeria ou igreja, a série (e o livro) nos transporta, entretanto, àqueles lugares e dramas inesquecíveis quando o artista conseguiu, apesar dos pesares, nos assombrar. "Todo artista se considera um Rembrandt", gozava Picasso, mas chegaria um tempo quando até ele pensou assim!
Todos os artistas em nossa série - e alguns dos artistas contemporâneos em nosso website que se juntaram para refletir sobre eles - já experimentaram parte dessa arte de aborrecimento revigorante. Espero que ao assistir este programa, você também sinta essa paixão.
Parte Um - Caravaggio
A visão de Caravaggio da pintura era incomum. Ele evitou o método padrão de fazer cópias das velhas esculturas e em lugar disso passou a pintar diretamente sobre a tela sem antes esboçar. Ele também usou pessoas da rua como seus modelos. Seus quadros dramáticos eram realçados com luz intensa e teatral.
O destino de Caravaggio foi selado em 1606 quando assassinou um homem num duelo. Fugiu para Nápoles onde tentou escapar dos problemas com a pintura, tornou-se um Cavalheiro, mas foi então aprisionado em Malta e depois finalmente chegou à Sicília. Foi perdoado pelo crime em 1610, mas morreu de febre tentando retornar a Roma.
Parte Dois - Bernini
Nascido em Nápoles, Bernini era um talento precoce e dominou o mundo artístico na Roma do século 17. Seu trabalho sintetizava o estilo barroco e suas esculturas, interiores e exteriores de igrejas e planejamento urbano podiam ser vistos em todo lugar. Bernini trabalhou sob a tutela de vários Papas: Gregório XV fez dele um Cavaleiro e Urbano VIII o tinha como seu melhor amigo. Foi reverenciado em sua época até que num acesso de ciúme retalhou o rosto de sua amante depois de descobrir seu romance com com seu irmão. Sua reputação caiu ainda mais depois que seus campanários para a Catedral de São Pedro começaram a rachar em 1641. Redimiu-se e recomeçou sua carreira novamente com seu mais famoso trabalho, O Êxtase de St. Teresa, em 1652.
Parte Tres - Rembrandt
Rembrandt teve sucesso na juventude como pintor de retratos para os ricos cidadãos de Amsterdam numa época em que a cidade estava se transformando de um obscuro porto para a capital do mundo. Seus quadros históricos e religiosos também lhe deram ampla aclamação. Apesar de ser conhecido como pintor de retratos, Rembrandt usou seu talento para expandir as fronteiras da pintura. Essa atitude fez dele impopular nos últimos anos de sua carreira conforme deixava de ser a principal atração da cidade para ser abandonado pela cena artística de Amsterdan e ser criticado por seus companheiros.
Parte Quatro - David
A pintura tornou-se um importante meio de comunicação para David desde que seu rosto foi marcado durante uma luta de espadas e sua fala foi prejudicada devido a um tumor benigno que se desenvolveu a partir da ferida, além de gaguejar. Gostava da pintura num novo estilo clássico que se diferenciava da frivolidade do período Rococó e refletia a moral e austeridade que precederam à Revolução Francesa. David tornou-se um aliado próximo do governo republicano e seu trabalho foi crescentemente utilizado como propaganda até A Morte de Marat, seu trabalho mais controverso.
Parte Cinco - Turner
Um dos artistas Britânicos mais celebrados, Turner mostrou talento artístico excepcional ainda muito jovem e entrou para a Academia Real com a idade de 14 anos. Suas paisagens Inglesas fizeram seu nome mas havia um lado escuro em seus quadros difícil de digerir pelos críticos: o crescente uso informal da cor e os temas que eram críticas à visão romanceada da Inglaterra ao final do século 19.
Parte Seis - Van Gogh
Nascido em Groot-Zundert, Holanda, Van Gogh passou os primeiros anos de sua vida como comerciante de arte, professor e pastor na Inglaterra, Holanda e Bélgica. Seu período como artísta começou em 1881 quando decidiu estudar arte em Bruxelas, começando com aquarelas e rapidamente migrando para tinta a óleo. As paisagens francesas foram uma influência importante em sua vida e seus primeiros trabalhos eram dominados por sombras, cores terra retratanto trabalhadores camponeses dentre os quais o famoso Os Comedores de Batata, de 1885.
Parte 7 - Picasso
Nascido em Málaga, Espanha, seus vários estilos e a farta produção marcaram Picasso como um dos mais reconhecidos artistas do século 20. Não se limitou a apenas uma mídia, criando esculturas, entalhes e gravuras. Sua carreira artística começou a crescer depois de mudar-se para Paris em 1900. Seu Período Azul, refletindo a cor e seu humor à época, foi seguido pelo Período Rosa, trabalho inspirado pela arte primitiva e depois o Cubismo, que chocou os críticos, mas que ao final das contas lhe trouxe a fama.
Parte Oito - Rothko
Nascido em Dvinsk, Rússia (hoje Daugavpils, Latvia) Rothko mudou-se com sua família para Portland, Oregon, em 1913. Sua educação artística foi breve, mudou-se para Nova York para estudar com o artista Max Weber e depois disso seguiu sozinho. Rothko é conhecido por seus quadros expressionistas abstratos, mas trabalhou com estilos mais tradicionais no início da carreira, inclusive o Surrealismo em 1940. Em 1947 deu início a sua longa série de quadros de "campos-coloridos", que só terminou na década de 1950. Teve grande sucesso com suas mostras, mas cometeu suicídio em 1970.